António Frias Martins, investigador do Departamento de Biologia da Universidade dos Açores, afirmou à Agência Lusa que “nos Açores há muita coisa digna de registo”, porque o arquipélago, que tem uma grande biodiversidade e espécies animais únicas, é um verdadeiro laboratório natural que sustenta a Teoria da Evolução.
O único português que se correspondeu regularmente com Darwin – entre Junho e Novembro de 1881 – foi precisamente um naturalista açoriano, Francisco Arruda Furtado. A sua história é contada no livro “O português que se correspondeu com Darwin”, de Paulo Renato Trincão (professor da Universidade Aveiro).
A investigação científica recente tem, sem dúvida, consolidado a ideia de que os Açores são um arquipélago de eleição para provar a diversidade da evolução através da selecção natural tal como Darwin a defendia.
Um dos exemplos, citado pela revista National Geographic, são os estudos feitos sobre o painho-da-madeira, uma ave marinha típica das ilhas do Atlântico (incluindo a Madeira, Cabo Verde e S. Tomé e Príncipe), mas onde foi descoberta uma espécie única nos Açores com apenas 250 a 300 casais. Única em termos genéticos, nos cantos e vocalizações, nas épocas de muda ou no comportamento alimentar.
Outra espécie única é o Priolo, ave da floresta laurissilva de S. Miguel, que está a realizar uma campanha para recuperar o seu habitat coordenado pela Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA), por estar ameaçada de extinção. A laurissilva é, além disso, uma floresta também com características únicas, que só existe nos Açores e na Madeira.