António de Campos Júnior, um dos mais considerados escritores portugueses da sua geração e dos mais notáveis no seu género – história – nasceu na pequenina Ilha Terceira, numa cidade, onde seu pai, como militar, residia no Castelo de S. João Baptista. Abriu seus olhos à primeira luz neste baluarte sagrado de todas as liberdades, torrão essencialmente patriótico, palco onde se desenrolaram os mais emocionantes dramas da nossa história famosa; e parece que isso influiu no ânimo moço de Campos Júnior para que, mais tarde, durante toda a sua vida, se entregasse ao estudo da História e à narração de seus factos notáveis, feita numa linguagem singela e doce como o murmúrio das águas que soluçam e gemem nas rochas escarpadas e nos areais macios da ilha-máter. Campos Júnior, além de colaborar em vários jornais, como «O Século», publicou muitas obras de grande fôlego, como «Guerreiro e Monge», «Marquez de Pombal», Luiz de Camões», os três romances que constituem uma reputação literária; para o teatro escreveu as comédias «A Filha do Regedor», «O Nariz de Cêra», «O Filho do Major», representadas no «Ginásio», e o drama «A Consciência», representado no «Príncipe Real». Quando do «ultimatum» inglês, escreveu um patriótico a propósito «A Torpêsa» representada no Brasil, onde o seu nome era conhecido e adorado.
Ocupou um dos primeiros lugares na literatura nacional, e as suas obras cada dia mais se admiram sendo geralmente conhecidas e apreciadas.
In Gervásio Lima, Breviário Açoreano, p. 158, Angra do Heroísmo, Tip. Editora Andrade, 1935.
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