O Citroën DS foi dos modelos mais inovadores produzidos desde a invenção do automóvel, no final do século XIX. É um ícone estético, técnico, social e até desportivo, com um palmarés raro, sobretudo em ralis.

Mas o melhor está reservado para quando o conduzimos. Graças ao sistema hidropneumático que controla a suspensão, a direcção, os travões e até, em certas versões, a caixa de velocidades, guiar um DS é experimentar um automóvel do futuro, mas com a tecnologia do passado. Há lá dinheiro que pague uma sensação destas…

Neste mundo onde tudo leva uma etiqueta, claro que sim. Afinal de contas, falamos de um produto industrial, produzido em grande série e que hoje é sobretudo um objecto de colecção.

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Lançado em 1955, o DS foi produzido durante 20 anos, até ser substituído pelo CX, em 1975.

Naturalmente, existiu em muitas variantes, com três tipos de carroçaria oficiais, mais de uma dezena de motorizações e com caixa automática, semiautomática e manual, de quatro e cinco velocidades.

Paralelamente ao DS existia a gama mais modesta, chamada ID, idêntica em termos de aspecto, mas com acabamentos inferiores, motores menos potentes e com o sistema hidropneumático limitado à suspensão.

Os exemplares que existem em Portugal foram fabricados ou em França ou em Mangualde, mas o modelo também foi montado em Inglaterra, na Austrália e na antiga Jugoslávia.

Até 1967, o DS tinha uma frente com dois ou quatro pequenos faróis, que passaram a ter uma carenagem unitária a partir dessa data.

A expressão “boca de sapo” é curiosa, porque se o DS tem alguma coisa de batráquio são os “olhos” na primeira versão. Os espanhóis chamam-lhe “Tubarão”, que por acaso se aplica bem a ambas as frentes.

Começado pelos modelos mais antigos, um excelente exemplar do DS 19 de 1955 vale cerca de 35 mil euros, pela raridade e importância histórica, apesar de ser das versões DS mais fraquinhas em termos de motor, com apenas 75 cv. O ID 19, apresentado em 1957, tinha só 66 cv e vale cerca de 15 mil euros, um pouco mais de metade do valor dos DS 19 seus contemporâneos, que rondarão os 25 mil euros.

Versões especiais, como o Pallas ou o Prestige pré-1967 valem mais. E um exemplar do DS 21 (2,2 litros e 109 cv) lançado em 1965, com boas especificações de origem pode atirar-se para os 50 mil euros sem grande favor.

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A partir de 1967, com a nova frente mais moderna e agressiva, chegaram os modelos com melhor especificação mecânica, como o DS 21 e 23 com injecção electrónica e 125 ou 130 cv. Estes modelos têm cotações a rondar os 35 a 40 mil euros, sendo que é o seu estado de conservação ou restauro que dita os valores mais altos. A diferença entre os dois modelos no mercado é muito reduzida.

Nesta segunda série os ID desapareceram, mas tiveram continuidade nos modelos DSuper e DSpécial, cujo valor em muito bom estado ronda os 20/25 mil euros.

Um dos modelos desta gama, o DSuper 5 tem uma excelente especificação, com caixa manual de cinco velocidades e motor do DS21. É uma alternativa mais acessível aos motores de injecção, com valores próximos dos DSuper e DSpécial.

Os DS 21 e 23 com carburadores são também excelentes versões para uso actual, com motores potentes e excelente fiabilidade. Os melhores merecem cerca de 30 mil euros.

São valores em conta para ter um dos automóveis mais espantosos de sempre que exige, no entanto, uma manutenção cuidada e uso regular.

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As carroçarias especiais

A Citroën produziu o DS em mais duas variantes, para além da berlina: a versão break e o Cabriolet, sendo que estes últimos eram na realidade manufacturados na Chapron, empresa que produzia carroçarias.

Os DS Break com sete lugares e mais espaço para carga surgiram em 1958, com a especificação ID e só receberam a designação DS após 1967. São muito apreciadas pelos coleccionadores e valem cerca de 30% mais do que as berlinas. Os melhores exemplares dos DS21 e DS23 Break podem superar aos 40 mil euros.

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Quanto aos Cabriolet “de fábrica”, feitos pela Chapron, são muito raros (1365 exemplares) e existiram nas versões ID 19, DS 19, DS 21 e apenas três exemplares DS 23. Actualmente é difícil encontrar exemplares originais à venda por menos de 150 mil euros.

POR ADELINO DINIS

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