A Câmara do Comércio e Indústria dos Açores defende a capitalização da SATA, bem como a criação de um conselho superior independente, que defina um plano estratégico e inverta os resultados negativos da companhia aérea açoriana.

Em declarações aos jornalistas após a audição com o Governo Regional acerca do Orçamento para 2020, o presidente do organismo, Rodrigo Rodrigues, defendeu “uma obrigatória capitalização da SATA, mas com a obrigatoriedade também de criar um conselho superior independente, que separe as empresas, para que não haja contaminação financeira entre elas e que haja um plano estratégico realista e que permita inverter, rapidamente e em curto prazo, esta tendência de resultados operacionais negativos”.

O presidente da associação empresarial lembrou que a “promessa para 2019 era reduzir esses resultados para metade”.

Porém, acrescentou, “pelas contas do primeiro trimestre e por toda a operação de verão, é quase certo que esse objetivo já não vai ser alcançado”, pelo que “é preciso que haja uma tomada de decisão forte, urgente, mas efetiva".

O grupo SATA fechou 2018 com um prejuízo de 53,3 milhões de euros, um agravamento de 12,3 milhões face ao ano de 2017.

A Câmara de Comércio e Indústria dos Açores pronunciou-se ainda acerca do subsídio de mobilidade, considerando que o “modelo em si não deve ser deitado ao chão, devem é ser corrigidas rapidamente essas falhas, para que haja algum controlo na despesa”.

Contudo, no seu entender, é necessário continuar a “permitir aos açorianos terem uma acessibilidade e uma mobilidade a preços interessantes e possíveis de pagar”.

No turismo, o representante pede mais “investimento em infraestruturas, mais promoção e mais investimentos para a promoção turística” e uma “entidade que faça a captação e gestão de rotas, numa fase em que os Açores vão precisar de trabalhar muito esta área”.

É necessária, por outro lado, “uma aposta na formação, que passa também pela aprovação de projetos que se candidataram aos fundos do programa PO2020.

Rodrigo Rodrigues informou ainda que a Câmara do Comércio e Indústria dos Açores voltou a pedir uma “correta orçamentação” dos hospitais da região, para impedir o agravamento da dívida a privados, e, a nível fiscal, pede a redução do Imposto sobe o Valor Acrescentado (IVA) e do Imposto sobre o Rendimento Coletivo (IRC, “prevista e possível ao abrigo da Lei de Finanças Regionais”.

O presidente do Governo dos Açores está hoje a receber em Ponta Delgada os parceiros sociais e os partidos políticos sobre a preparação das propostas do Plano e Orçamento para 2020, que serão apresentadas à Assembleia Legislativa Regional em outubro.

Vasco Cordeiro está acompanhado nos encontros pelo vice-presidente do Governo dos Açores, Sérgio Ávila, que tutela a área orçamental.

Após esta ronda de audições, a anteproposta de Plano e Orçamento para 2020 será aprovada em Conselho de Governo, a que se seguirá, no final deste mês, a reunião do Conselho Económico e Social da Região Autónoma dos Açores.

Depois de recolhidos os diversos pareceres do Conselho Económico e Social e dos Conselhos de Ilha, o Governo dos Açores reunir-se-á em Conselho para aprovar as propostas de Plano e Orçamento, que serão entregues, no final do mês de outubro, na Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores.

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